Translate

Monday, November 02, 2020

UM CANTO A TEREMBEMBE

Depósito secular
Abraçando córregos de sempre
Lagoa de (10)encantos
Encantos meus
Feito cantos
Prantos alheios
Fundidos no sono perdido
No mosquito faminto e sanguinário
Da mamã sem chão
Reconquistado pela água
Oh, água nossa da (10)graça!

Vejo-te,
Terembembe,
Inunda e imunda
Águas fecais negras
Nauseabundas, venenosas
Há meses presas nos córregos
Novos da modernice sem perícia
Vieram libertadoras
Dos altos, chuvas divinas
Com cantos e prantos
E, quando te apartares deste manto
Lúgubre, verde darás
Vidas novas trarás
Pois, dele estrume farás
Para a enxada da camponesa faminta
Que anseia terra enxuta