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Monday, November 02, 2020

UM CANTO A TEREMBEMBE

Depósito secular
Abraçando córregos de sempre
Lagoa de (10)encantos
Encantos meus
Feito cantos
Prantos alheios
Fundidos no sono perdido
No mosquito faminto e sanguinário
Da mamã sem chão
Reconquistado pela água
Oh, água nossa da (10)graça!

Vejo-te,
Terembembe,
Inunda e imunda
Águas fecais negras
Nauseabundas, venenosas
Há meses presas nos córregos
Novos da modernice sem perícia
Vieram libertadoras
Dos altos, chuvas divinas
Com cantos e prantos
E, quando te apartares deste manto
Lúgubre, verde darás
Vidas novas trarás
Pois, dele estrume farás
Para a enxada da camponesa faminta
Que anseia terra enxuta



Monday, September 21, 2020

LADEAND'OURO

Ânus limpidus
Correndo abaixo
Lidimus
Altas e rochosas montanhas
Lado a lado 
Carregando Porto e Gaia
E o Douro preguiçoso
Ao mar se dirige
Vaidoso, majestoso, dengoso
Navegante também

Sunday, August 30, 2020

COVID'ENJOATIVO

Porra!

Matem a arte, por favor!

Deixem-me descomprimir

É muito tédio

É muita pressão

É demasiada informação negativa

Tanta proibição 

Artistas sem inspiração (?)!

Se se inspiram no corona, não têm onde publicar

Se publicam, ninguém se deleita

Se procuram deleitar-se vem falta de leite

Até jornais apartam-se da crónica 

Ateliers fechados para expor

Salões encerrados para dançar

Canto restrito à Live da televisão

Estou enjoado

Pareço coronhado!