Hermes,
Meu amor,
Estou coberto de vermes
Nem que estajas morta
Cumpre meu desejo
Aproveito última oportunidade
Pousando-te na morgue
Fornecendo-te meu amor
Só para conter nossa dor
Thursday, December 30, 2010
Monday, November 22, 2010
CORRIDA
Trepei montanhas ao encontro do sol
apenas o mar encontrei brotando sal
jovem, girei o mundo como girassol
adulto, voltei vestindo sisal
Chega de corrida!
Renuncio à partida
apenas o mar encontrei brotando sal
jovem, girei o mundo como girassol
adulto, voltei vestindo sisal
Chega de corrida!
Renuncio à partida
Saturday, October 16, 2010
PRETA PRETINHA
Preta
Pretinha cor de nuvens
carregadas de chuvas fartas
mira-me este teu olhar esbugalhado
Preta
Baixinha de pernas galopes
fugidias na preguiça do tempo
acolha-me no teu abraço fogoso
Preta
Gostozinha como jinguenga
trazida do longinquo nordeste
beija-me com os teus lábios carnudos
Preta
Esguia como a obreira abelha
lavrando flores de Outubro
enche-me de teu mel
Preta
Espertinha na quilometragem da idade
escondida no azul do sorriso
empresta-me tua mocidade
Pretinha cor de nuvens
carregadas de chuvas fartas
mira-me este teu olhar esbugalhado
Preta
Baixinha de pernas galopes
fugidias na preguiça do tempo
acolha-me no teu abraço fogoso
Preta
Gostozinha como jinguenga
trazida do longinquo nordeste
beija-me com os teus lábios carnudos
Preta
Esguia como a obreira abelha
lavrando flores de Outubro
enche-me de teu mel
Preta
Espertinha na quilometragem da idade
escondida no azul do sorriso
empresta-me tua mocidade
Friday, September 24, 2010
EU E O OCULTO
Há vezes
em que não são os pássaros quem chilreiam
mas as árvores
Há vezes
em que não é o vento quem zurze
mas o ar
Há vezes
em que não é o corpo quem fala
mas a alma
Há vezes
em que não é o poeta quem declama
mas o guerrilheiro
Há vezes
em que não sou eu quem age
mas o oculto
Há vezes
...
Luciano Canhnaga, UCP/Maio 2005.
em que não são os pássaros quem chilreiam
mas as árvores
Há vezes
em que não é o vento quem zurze
mas o ar
Há vezes
em que não é o corpo quem fala
mas a alma
Há vezes
em que não é o poeta quem declama
mas o guerrilheiro
Há vezes
em que não sou eu quem age
mas o oculto
Há vezes
...
Luciano Canhnaga, UCP/Maio 2005.
Monday, August 30, 2010
QUANDO O CÉREBRO E O CORAÇÃO SE CASAM
A alegria e a tristeza se abraçam
É total a angústia
Do pensar e não dizer
Ideias que apodrecem na boca
Altivando a mudez
E não mora distante a surdez
Correr e em simultâneo parar
Amar e compreender
Rir e ao mesmo tempo chorar
É total a angústia
Do pensar e não dizer
Ideias que apodrecem na boca
Altivando a mudez
E não mora distante a surdez
Correr e em simultâneo parar
Amar e compreender
Rir e ao mesmo tempo chorar
Friday, July 09, 2010
ÚLTIMO ADEUS
Motivos para desconfiar
Vezes te dei
Razão para de vez partir
Não ma deste o suficiente
Procurei pelo arrependimento
Motivos também me negaste
Desmerecemos único caminho
Seguirei minha rota
De costas viradas ao teu percurso
Vezes te dei
Razão para de vez partir
Não ma deste o suficiente
Procurei pelo arrependimento
Motivos também me negaste
Desmerecemos único caminho
Seguirei minha rota
De costas viradas ao teu percurso
Tuesday, June 29, 2010
PEDRA, CAL E TINTA
Fiz (emos) a nossa parte
Melhoramos o que insatisfazia
E lutamos para manter o desejável
Ganhamos soldo e conhecimentos
Lançamos betão, pedra e cal
E fizemos crescer o edifício
Patrão e empregado
Em satisfação empatados
Amigos fizemos
Lágrimas verteram
No fim o abraço
E a satisfação do dever cumprido
Melhoramos o que insatisfazia
E lutamos para manter o desejável
Ganhamos soldo e conhecimentos
Lançamos betão, pedra e cal
E fizemos crescer o edifício
Patrão e empregado
Em satisfação empatados
Amigos fizemos
Lágrimas verteram
No fim o abraço
E a satisfação do dever cumprido
Sunday, April 25, 2010
A ÚLTIMA FORÇA*
Procurou inspiração
Encontrou-a efémera
A vítima nem percebeu
De amores quase morreu
A tempo porém, se restabeleceu
Vítima e predador
Numa entrega enganosa
Vítima, quê isso?
Se na entrega muito aprendeu...
Xê mulher!
O grito de alerta a despertou
Libertada das masmorras disse:
_ Não à incultura!
* Réplica de autora conhecida
Encontrou-a efémera
A vítima nem percebeu
De amores quase morreu
A tempo porém, se restabeleceu
Vítima e predador
Numa entrega enganosa
Vítima, quê isso?
Se na entrega muito aprendeu...
Xê mulher!
O grito de alerta a despertou
Libertada das masmorras disse:
_ Não à incultura!
* Réplica de autora conhecida
Thursday, March 25, 2010
ILUSÃO
Tão logo voou
Cedo abortou
Não era aquele o seu percurso
Apenas tentou
E sem saber cativou
Sua última vítima inocente
Ele também o era
Vítima duma vida mal programada
E a vida retomou o seu curso
Tal rio
Ferida abaixo
Mágoas duma experiência amputada
Mas prazeirosa
Choro numa noite que seduz
Avança
Mesmo sem luz...
Cedo abortou
Não era aquele o seu percurso
Apenas tentou
E sem saber cativou
Sua última vítima inocente
Ele também o era
Vítima duma vida mal programada
E a vida retomou o seu curso
Tal rio
Ferida abaixo
Mágoas duma experiência amputada
Mas prazeirosa
Choro numa noite que seduz
Avança
Mesmo sem luz...
Friday, February 12, 2010
ZUCA
Acorda-me deste sono moribundo
e leva-me neste barco que se afunda
Na viagem da bunda
Revejo meu direito de viver
e dispo-me de roupas vagabundas
rasgadas no teu regaço de prazer
Nosso amor é marear!
e leva-me neste barco que se afunda
Na viagem da bunda
Revejo meu direito de viver
e dispo-me de roupas vagabundas
rasgadas no teu regaço de prazer
Nosso amor é marear!
Tuesday, January 12, 2010
ÁGUA DO KWANZA
Tão calmas a jusante
Quanto agitadas a montante
Límpidas ao olhar distante
Tão belas e refrescantes
Como o amor que sacio no esguiar
da plástica pelo tempo forjada
Qual secular leito do Kwanza
Que se perde no farfalhar de cada gota que passa!
Quanto agitadas a montante
Límpidas ao olhar distante
Tão belas e refrescantes
Como o amor que sacio no esguiar
da plástica pelo tempo forjada
Qual secular leito do Kwanza
Que se perde no farfalhar de cada gota que passa!
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