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Tuesday, May 31, 2011

MILDE HUMILDE MULHER

MILDE HUMILDE MULHER


É ela
Milde mulata monaputo
de pai fugido na corrida dos cravos
virando kitata afamada no Sueiro
Amigada com preTuga fubeiro


Viveu
ensinado arte antiga de xaxatagem
a kamabwins, meninos da kabunga



É ela, agora
Meiga humilde mulher
cantando velhos “nga dibeka kwá Jezú”
ou cosendo batas do caçula monandengwe
rasgadas no liceu empedrado

É ainda ela
varrenddo ruas da maratona emporcalhada,
assobiando tat´êtu kudyulo!

É minha sogra agora
de panos riscados
kassumbulados do estranja Kamará
e vendidos pelo muzangala da kangonha


É sempre a mesma
cuidando monandegwes trazidos
anos sim, anos sempre
pelos monas deseducados nos xaxatanços da mocidade
                          parte-bracista do tempo de kaprandanda

Conta agora
curvas e contra-curvas das apanha moedas
                                              de Cinco Réis!

E, de kaxexe, ganha juízo…

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