Repleto
Furioso
Pachorrento
Tudo arrasta
Nem mãe, nem madrasta
De tudo se aboleta
Até borboletas à Kyanda oferece
Sem que de ninguém cobre preces
É o Kwanza, na sua majestade!
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Repleto
Furioso
Pachorrento
Tudo arrasta
Nem mãe, nem madrasta
De tudo se aboleta
Até borboletas à Kyanda oferece
Sem que de ninguém cobre preces
É o Kwanza, na sua majestade!
Que venha comida
Dos rios fartura
Depois relva e caça
Que homens venham
Com ideias-máquinas e construam
Estradas também!
O mesmo Atlântico que nos banha
Abraça
Doces e salgadas piscinas
As mesmas
Que temos secas e rotas
Em terras distantes do mar!
De novo
Longe do cobertor
Sem tempo para iniciar descanso
Jamais para terminar sono
E, acordado, sonho
Erguet'homem!
Grit'empilhado o trabalho
Txe, txe, txe
Saltita pequenino
Celeste, passarinho
Do quintal, visto magrinho
Txe, txe, txe
Da palmeira do vizinho
Voa, à bungavília, curtinho
Espraiando-se ao sol amarelinho
Txe, txe, txe
Fecunda, de pianinho
Flores vermelhas e tons branquinhos
Atraindo outros bichinhos
Txe, txe, txe
Olho adiante
Há no caminho mulher andante
Um seio papaia, outro abacate
Txe, txe, txe
Com abacate alimenta
Com papaia abebeira
No futuro há epopeia
Txe, txe, txe
Não é dela que celeste canta
Mas sua beleza encanta
Homem que decanta
Txe, txe, txe
Água rara no incerto
Caminho longo no deserto
Desafiando vida curta do insecto
Txe, txe, txe
Alegra-se a bungavília
Que fecundada alarga família
Com o pólen que o azul polvilha.
Tamanha beleza
Kalumba kuwaba wanga
A beleza da jovem é infinita
Dyala ndemba kala myenge
Os cabelos do jovem se parecem a feixes de cana
Kizwa njila imoxi aditemu
Certo dia cruzaram caminho
Ngalasa nyi ngalasa ate maka
Engraçando-se um pelo outro, iniciaram conversa
Dyala uzwela umona kwenda kwê
O jovem fala e encata-se pelo seu jingar
Kalumba kwenda kala hoha
Um gingar de cabra-do-mato
Kwo pholo a sange lwiji
Um magestoso rio pôs-se à frente
Ngasakidila, bâ!
Muito obrigado!
Kalumba amutabula nyi ujitu
Disse a jovem ao colo levada com carinho
Kuwaba kwa hanga
Beleza impar como galinha de Angola
Dizwi kala dyembe!
Voz melosa com rosa
Kwala kuzeka, nyi kubalumuka!
Há sono e acordar
Kutanga, nyi kumona wê!
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Kimenemene kuditemexa,
Amor matinal
Ngoloxi mbambi!
E frio vespertino
Dyala kumaku,
Vale o homem pela bondade
Muhatu ujitu kalunga!
Delicadez é obra de mulher
Kuzola kwami, kufa!
Meu amor é morte (infinito)
Kusonika kuzwela!
Representar é falar (há coisas indiscritíveis)
Kumona kusonika wê!
Ver é também representar
PS: o poema foi pensado em Kimbundu, daí a dificuldade em encontrar uma tradução fiel.
Olivais?
É dia d'Afrika