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Monday, December 01, 2014

O PÃO QUE O MAR REJEITA

Vem da baixa
Do Cazenga, na caixa
Vem de Viana
Com pseud'homens e levianas
Vem de Centralidades
Na ignorância de todas idades
Vem dos ricos
Despidos de princípios

É saco
É sobra de pincho
É frasco
É garrafa do mata-bicho
Recolhe o lixo
Senão te lixo
Antes que o mar vire bicho!

Saturday, November 01, 2014

RETRATO DELA


Sem adornos é um vazio
Vaso sem flores e pousio
Carecendo de implante e regadio
Atavios que despertam o elogio

Diferente é a mukubal
Urbana ou rural
Mulher sempre natural
Um vaso escultural!

Wednesday, October 01, 2014

DISCURSO NOCTURNO

Sou louca
Sou perdição
Dou corpo
Dou atenção
Sozinha sinto desejos
Acompanhada sofro de tédios
Sou gelo
Sou foguetão

Paga-me sexo
Mas não me cobres coração!
Em noite fria viro cobertor
Em dia tropical sou refrigerador
Partilho beijos
Mas é dinheiro que desejo!
 

Monday, September 01, 2014

CARGA PESADA


Na imaginação,
Teus fluidos me invadem o rosto
E, como ganancioso cão
Lambuzo-me no teu entreposto

Vácuo, tormento e torneira de desgosto
Sinto quando de ti me desencosto
Sukwama!

Grito sufocado pelo prazer do fogo
Que meus cacimbos depressa afugenta
E, grito: coma-me logo!
Que é teu o lago que me apascenta

E, junto graxas às nossas engrenagens,
Nesta floresta húmida, com ramagens
Que me fermentam gingingas na barriga
Quando aprisionado na válvula da tua briga!

Friday, August 01, 2014

OKAVANGO

Repousam riquezas em lagos adormecidos
Grutas e caminhos, há muito esquecidos
Hoje  desfiladeiros para caminhantes desconhecidos
Catadores de belezas e tesouros em prados estendidos
A sol e nuvens nunca guarnecidos

Não há chuva que os deixe aborrecidos
Lá estão eles: sempre convencidos
Embora de calor estarrecidos
Juntam moedas e nas algibeiras comprimidos
Doenças afugentam com impregnados tecidos
São turistas de longe saídos!

Wednesday, July 30, 2014

NO MEU IMAGINÁRIO

Ei-la sorridente
Vestida de preto, cinza e branco
Brilha ao sol de Julho minguante
Na cabeça, trança esperança

Filho kasula às costas
A filha puxa pela mão
A caminho do sol
Seu rumo é sul
É norte, é leste
É oeste, são ilhas também

Trilham quilómetros
Partilham conhecimentos
Mostra caminhos e alimentam sonhos
Quem é ela?
- Mulher africana!

In: Amor sem Pudor

Tuesday, July 01, 2014

IDADE DE CONDOR


IDADE (DE) CONDOR

Todos dias uma febrezinha
Impedindo degustar saborosas febrinhas
Aqui e acolá uma dorzinha
Ao acordar e adormecer outra queixinha
Lá vai o Condor
Levando com dor
Essa vida já sem vigor.
 
 
In: Amor sem Pudor

Sunday, June 01, 2014

GOLFO VELHO


GOLFO VELHO

Micro clima
Escarpado baixo a cima
Esquia, fria, berço de toqueias...
Santopeias também nascem como trepadeiras

Golfo Velho
Frio crescente
Na peleja até me ajoelho
Com esta minha lenha minguante

Golfo velho
Em noites devassas, escassas
No ar fumaças, esperanças idosas
Macho reformado, cansado, arrependido
Na quilometragem do golfo envelhecido...

In: Amor sem Pudor

Sunday, May 25, 2014

RENDIÇÃO


Moeram-se os dentes
De tanto moer
Perderam-se as forças
De tanto mover
Tua cintura
Não mais farfalho
Em tua quentura
Não mais mergulho...
Enterrei meu machado, meu orgulho
Apenas como-te com os olhos!


In: Amor sem Pudor

Thursday, May 01, 2014

ÁGUA NA BOCA


Deitado na minha kibaka
Tu apenas nos meus sonhos
Desfilando longa e bela
        (nos meus braços)

E percorro tuas distâncias
     (milímetro a milímetro)

Meu queixo apalpando buzinas peitorais
Com a direita alavanco tuas velocidades
Entre pernas, é minha língua quem conduz!

 

In: Amor sem Pudor

Tuesday, April 01, 2014

SALAFRÁRIO


Estás hoje prostrado no meu travesseiro
Fingindo amor verdadeiro
Descobri que tudo que dizes é brejeiro
Cansei-me, interesseiro
Anda-te daí
Já não mora aqui
A mulher que chorou por ti
Desisti!

Saturday, March 08, 2014

SORRISO A ANGOLANA

Nesta cama que me acolhe
No consagrado teu dia

Percorre-me a memória
Os sorrisos mais luminosos que me brindaste
Mesmo multi-atarefada
Mesmo preocupada
Entre emprego e família dividida
TEU SORRISO SEMPRE PRESENTE

De dor gemendo, aflita,

Sonolenta,
De noite mal dormida
Do mona adoentado
Moída pelo trabalho
Pelas lidas caseiras
Cuidando marido ressacado
Ou desviando patrão mal-intencionado
TEU SORRISO SEMPRE PRESENTE!

Tuesday, February 11, 2014

VOCÊ JÁ PODE COMPRAR "10ENCANTOS" NA INTERNET


Siga o caminho: http://www.bubok.pt/livros/6897/10encantos

Autor: Soberano Canhanga
Estado: Público
Nº de páginas: 124
Tamanho: 150x210
Miolo: Preto e branco
Encadernação: Colado
Acabamento da capa: Brillo
ISBN Acabamento em capa mole com badanas: 978-989-20-3856-8
Livros vendidos: 51

Formato Preço
Acabamento em capa mole com badanas 9,90€ R$23,80
Impostos e envio não incluídos


A vida é feita de pequenos grandes nadas...
Encantos e desencantos, amores e desamores, da guerra e da paz.
E, paradoxalmente, quanto maior o drama da guerra, mais valor damos à paz!

 
Classificado como: Poesia   ›   Intimista
Palavras-chave:: Desencantos, Encantos, Esperança, Desilusão, Dor, Amor, Paz, Guerra, Angola
 

Saturday, February 01, 2014

CRUZES DE FEVEREIRO


As cruzes estarão cheias

Repletas de gente que não acredita

Nem embarca nas tácticas dos que querem vender

Cada vez mais à custa dos que acreditam em fadas

O mercantilismo está a virar as cabeças das pessoas

E a inventar modas que se tornam mundiais

Há, entretanto, os ateus,

Os incrédulos,

Os, que mesmo com a pressão mundial, preferem desligar-se

E emigrar, em datas como esta, para outros planetas

Ainda não infestados pela febre do consumismo

 
O 14 de Fevereiro é mais um resultado do mercantilismo

O objectivo não é amar mais ou menos amar 

É apenas vender...

Que chovam dilúvios de críticas

Que se quebrem os telhados

Que se esvoace a folhagem arbórea.

Que se apartem todos de mim, neste dia,
Eu não embarco
Eu não acredito!
 

Wednesday, January 01, 2014

GAIVOTA DE CHINGUAR

Preciso de voar
Como a gaivota do Chinguar
Que ginga e ginga no ar
Recordando intermináveis noites de luar

Preciso de repousar
Depois de teus caminhos conquistar
Comendo, bebendo sem muito gastar
Com direito a caviar

Peço que te aproximes,
Sem que cedo te apaixones
Para que não me aprisiones
Nestes teus gestos impressionantes

Peço que me ames apenas
Que não me partas as pernas
Tomando todo meu tempo
Ligando de tempo em tempo!

 
In: Amor sem Pudor